Identificação de Perigos

Primeiramente vamos entender o conceito de perigo para podermos identificá-lo nos ambientes laborais e em nosso cotidiano. O perigo, conforme a NR 01 – Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos Ocupacionais, é a fonte com o potencial de causar lesões ou agravos à saúde. Portanto, uma vez que o perigo é a fonte, esta somente poderá ser eliminada se o processo deixar de existir.

Em um processo produtivo e nos ambientais laborais o perigo sempre existirá, exceto se o processo deixar de existir. Justamente por isso é que a área de– Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional sempre trabalha na eliminação e redução do risco ocupacional e não do perigo.

Vamos ver alguns exemplos de perigo para nos ajudar a fixar o conceito:

Produtos químicos
Piso desnivelado
Bueiros
Mar
Trânsito de carros

Você deve estar se perguntando, mas, então, quando eu terei o risco ocupacional?

O risco ocupacional é uma combinação entre severidade e probabilidade, portanto ele irá aparecer quando somos expostos ao perigo (fonte). Quanto mais próximos a algo perigoso maior nossa probabilidade de termos alguma lesão, acidente ou agravamento da saúde; assim como o inverso também é verdadeiro. Da mesma forma quanto maior o potencial do perigo causar consequência também acarretará em um risco maior as pessoas expostas.

Pense no perigo dos produtos químicos. Imagine latas de tintas estocadas em um galpão. As latas simplesmente sozinhas no galpão representam um perigo, porque são fonte com potencial de causar danos. Quando tivermos colaboradores expostos a essas tintas seja transportando, manuseando estas latas de tintas, teremos risco. Por exemplo, podemos ter queda das latas sobre os colaboradores, caso o processo de movimentação das latas não seja realizado de forma adequada ou intoxicação do pintor se for utilizar a tinta e não estiver com a proteções adequadas.

Outro exemplo são os bueiros presentes nas vias públicas. Eles são um perigo. Agora imagine que um deles está sem a tampa e uma pessoa distraída se aproxima do bueiro. Nesse momento, temos o risco, pois a pessoa pode cair dentro do bueiro e sofrer lesões leves ou até mesmo vir a falecer devido à queda ou afogamento, caso tenha água dentro do bueiro.

Vamos a mais um exemplo. O trânsito de carros é um perigo. Os carros se deslocam nas vias normalmente. Caso algum motorista não acione o freio, quando o semáforo fechar, irá bater na traseira do outro, portanto o risco aumenta se a distância entre os carros durante a condução não for respeitada.

Agora que já entendemos o conceito de perigo, podemos seguir para fazer a primeira etapa do GRO/PGR, que é a identificação de perigos.

Para isso, precisamos conhecer os processos e departamentos da empresa. Então prancheta com papel e caneta são indispensáveis para que você visite as áreas e observe como são realizadas as atividades. Precisaremos destas informações para relacionar o processo, a descrição dos perigos e das possíveis lesões ou agravos à saúde que os perigos identificados nas áreas podem acarretar. Se a empresa que você trabalha já possui Sistema de Gestão, provavelmente, você já terá o mapeamento de processo pronto, neste caso, basta utilizá-lo.

Depois relacione cada perigo com a circunstância que ele acontece, por exemplo, determinado perigo existe quando o processo ocorre da forma A ou da forma B, ou quando é utilizado o equipamento X ao invés do equipamento Z.

Pegue as anotações dos perigos identificados em cada departamento e processos, coloque em uma planilha no Excel ou se preferir em Word e comece a colocar quais são as possíveis lesões ou agravos à saúde que cada perigo identificado pode ocasionar. Pronto, a primeira etapa da identificação de perigos estará concluída!

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